Hey it's me =)

Costa da Caparica, Portugal

=) para andarem a cuscar-me =)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

day offff yehhhhh rock rules...

Hey pessoal...DIA LIVRE EM CONZUMEL...YUPIIIIIIIIIIIIIIIIIII...

dormir???? NAAAAAAAAAAAA baza masé ir pa net actualizar mais duas semanas sem ca vir... tava mesmo á espera de conseguir sair aki em conzumel...

morro de saudades e ja estou a conseguir adaptar-me muito melhor ás situações más aki no barco... é so cagar e esperar k o dia acabe e pronto...

novidades??? hummm tudo na mesma como a lesma a nao ser uns treinos de salvamento e mais umas simulaçoes de evacuação do barco...o normal tds as semanas... para a proxma semana vamos mesmo fazer fumo e tudo para ver como reagimos em situaçao de emergencia...

nestas duas semanas houve 2 fogos a bordo a meio da noite...no primeiro mesmo depois da Ponte dar o sinal de alerta aos oficiais eu nao acordei (e o autifalante está mesmo em cima do meu ouvido na cama) no segundo q foi ontem a meio da noite esse ja acordei... passei quase uma hora a espera de ouvir que estava tudo bem ou do sinal de evacuamento...raios partam k foi um sentimento agonizante...o fogo estava mesmo na minha zona mas no 6º andar e eu no 3º... raios partam...borrei-me toda...e ainda por cima tava um calor do caraças e eu a dormir em roupa interior...ou seja se o sinal de alerta soasse eu tinha de me vestir, calçar, por o colete salva vidas, por o meu boné, e pegar em pelo menos 5 casaco...depois ir a pe ate ao meio do barco e subir pelas escadas ate ao 7º andar...tudo isto em menos de 5 minutos...

minha nossa isto eh dificil de controlar os medos...porra so pensava em como gosto de voces e quero estar sã e salva em tds os momentos...

mais uma vistoria de quartos esta semana e mais uma vez a nossa cabine está impecavelmente limpa e arrumada...ké algo k n acontece aqui nos barcos...

mais uma semana e mais uma disco nigth... até musica servia passou...ate nem é má de toda...da pa dançar fixe...mas meia hora e uma cervejinha chega e sobra pa curtir a disco...esta semana o tema era festa do pijama...quase metade da tripulaçao estava em pijama lol...k figuras...mas o melhor é ke na escala de actividades do bar está escrito "come and party with us on our PAJAMAS PARTY"...PAJAMAS???? claro k pgt logo a alguem o kera pajamas...ao k me respondem ke é pijama mas estava escrito mal...lol...com tanto ingles a bordo tinham de por alguem estranja a escrever o quadro de actividades e a mandar estas calinadas idiotas...

mais uma das novidades é ke secalhar vou ter de mudar de cabine...mas nem sei se isso vai ser possivel...só o tempo o dirá...a ana ker mudar-se para uma só cabine como namorado...teoricamente isso nao eh possivel a n ser k haja eventualmente pessoas casadas a bordo e da mesma secçao...pk estamos divididos por zonas e secções... por exemplo na mnh zona estamos os do restaurante e andares...os bartender estao na zona 4 por exemplo e os supervisores no 4º andar... cenas assim...!!! mas pronto... o k acontece é k ela ker tentar mudar-se mas isso não é tao facil como parece...para alem de curtir viver com ela na cabine os meus vizinhos (sao filipinos) estao smp a ouvir musica e é da boa...e ate eh fixe de adormecer a olhar pas fotos penduradas na mnh cabine e ouvir essa musikinha bacana

mais novidades??? hummmm nao sei nada de novo...só sei ke estou farta de ver cenas fixes pa comprar mas nao ha nada ke seja fixe pa prendas de natal...lol...só lembranças dos lugares por onde passei...

ja tenho os novos itinerarios po ano de 2008...nada mau...parto pa roma dia 12 de abril...e chego a roma dia 2 de maio...
dia 2 de maio vou fazer a rota das ilhas gregas e em vez d acabarmos em roma...acabamos em veneza dia 13 de maio e ficamos la ate dia 15... dia 15 partimos de novo pas ilhas gregas e acabamos a rota em roma dia 26 de maio...sendo k dia 26 a tarde partimos em direcçao a londres ...e esta rota pára em lisboa dia 3 de junho e acabo em southhampton,londres,dia 7 de junho...

ainda nao sei qd volto pa casa...mas das duas uma ou dia 26 de maio e faço roma - portugal...ou ent dia 7 de junho e faço londres - portugal...

qq uma das duas opçoes nao me importo nada...mas ate pode ser k aconteça de ir mais cedo pa casa e ser daki de fort lauderdale...pk 7 meses de contrato é uma media...posso ir antes ou depois dos 7 meses... por exemplo ha aki ppl k assinou contrato por 7 meses e vai pa casa ao fim de 4 outros ao fim de 9...é so tretas...é o ke da viver em regime de rotaçao de barcos...

bem pessoal...vou curtir um pouco de conzumel...deste calorzinho manhoso...e da piscina...hummmmmmmmmm bem bommmm


beijos...

3 comentários:

Anônimo disse...

diverte-te

bj

João André disse...

ola susana, por aqui espero que saibas que ja tenho o emprego assegurado, por isso toca a ter mais trabalho e mais responsabilidades. tenho andado a mandar mensagens para ti via net, pelo voipwise, mas nao sei se as tens recebido. por favor confirma que as tens recebido com um toque. isto tudo aconteceu ontem, pelo que nao deu apra estar contigo na net. pelo que estou a ver estas mais adaptada ao ritmo do barco. quanto aos fogos, sugiro-te que nessas situacoes ja estejas preparada para a evacuacao, toda equipada e pronta para sair. era oq ue eu faria, como um cao de corrida, pronto para arrancar. para a semana vou a portugal e estarei la ate 7 de janeiro, por isso nao te mordas de inveja. arranco na 4a feira a noite, vou dormir ao aeroporto e depois la vou eu. tenho de ver de casas, para a ana poder vir, mas ainda nao tive oportunidade. tenho de ver este fim de semana.
o yuky esta mais velhote, com menos energia. so come e dorme.
tenho de ir, putos apra aturar.

adoro-te maninha, porqu por mais velha que sejas, continuaras a ser pequenina

beijos grandes

joao andre

João André disse...

NEXTASEGUIR!

À entrada da rua a surpresa do letreiro onde, em letras garrafais, se lê "Café o Porto", indicativo de proximidade e destino. Não obstante, e estando eu pouco habituado a estas bandeiras de familiaridade, embaixadas ainda mais perdidas que os próprios viajantes às quais as mesmas se destinam, ainda páro para reflectir sobre o significado de tais palavras. Referir-se-ão eles ao cais ou ao vinho em si? Será este, mesmo, um genuino Café português ou apenas uma memória passada para as mãos de um qualquer comerciante de nome inglês e faro no negócio?
"Não, estamos na peixaria!...", ouço alguém dizer para o funil sem fundo nem saída de um telefone. Estou, de facto, no caminho certo. "Lisbon Patisserie - Portuguese Café, not French", lê-se no toldo que nos acolhe e assim recita as boas vindas. Levanto o braço: "Senhora Professora, posso fazer uma pergunta? Se não queriam ser confundidos com uma pastelaria francesa, porque é que puseram um nome francês?"
"Sabes, Joãozinho", respondeu a professora, "se calhar é porque o café não era para ingleses, mas só para portugueses, percebes?" Não, senhora professora, não percebo, mas lá iremos em seguida.
Uma vez no interior, e ultrapassado o salame humano que se estende do balcão até à porta, exempleficando de modo sublime como pode um êmbolo entupir a artéria, dirijo-me ao balcão onde, agradado, constato não ouvir outro falar que não o português, entre dentes, língua e palato, moldado à boca e lábios de todos quantos o pronunciam. Para Café só lhe falta a televisão, instalada a um canto, onde se veja o Sporting em directo contra o Académica na sportTV. Ao invés, e porque estamos em terras de Londres, encontro um écrân onde uma câmara revela todas as mãos cuja má intenção conduza para lá da lei e da absolvição. O balcão corre da porta à casa-de-banho, todo ele ao comprido da loja. Diante encontramos as mesas e cadeiras, em desordenada manifestação, onde clientes insatisfeitos reclamam pelos dias das meias-de-leite bem servidas e dos mil folhas desfolhados e amanteigados. Dir-se-ia estar em Portugal, algures para as bandas de Santo Tirso. A um canto espero encontrar a minha mãe e o Abílio, a Joana e a Ana, todos à mesa enquanto eu, ao balcão, lhes respondo aos apelos. Sim, uma cervejinha, super-bock, cafe, não queres nada, mãe?, para a Joana um mil folhas, sim, e para mim uma meia-de-leite, uma bola-de-berlim com muito creme! e um mil folhas, também... mas não. Estou completamente sozinho, e aqueles a quem tanto amo estão a uns poucos milhares de quilómetros de distância, apenas entrecortados pelas ondas electromagnéticas que, por meio dos telefones e da televisão, matam toda a distância e o maior dos horizontes que diante de nós construir se possa. Sozinho, e ansioso por voltar a falar Português, peço "Um Bolo-rei se faz favor", enquanto aponto na direcção dos Bolos-rei, "Um Bolo-rei, se faz favor", volto a repetir. What?, responde a velha do lado de lá do balcão, enquanto tenta furar caminho por entre o labirinto dos mais que insuficientes colegas, cafés e croissants para tantos e diversos pedidos e braços estendidos. Alarido, bramido, gemidos. A meu lado uma criança chora, assustada. A king-cake, if you please, digo eu, apontando novamente na direcção da pilha de Bolos-rei. Maldizendo a minha sorte por ter dado de caras com a única empregada que não só não fala o português, como não é portuguesa, aguardo. Anything else, diz ela. Yes, six pasteis de Belém - estes não sei dizer em inglês, e neste momento pouco me preocupa. A velha sabe ao que me refiro. Thank you, agradeço, can I pay by card - pergunta estúpida, aqui em Londres tudo se pode pagar by card - No, no, for that you must go to the shop in front, which is from the same owner, and pay there... Ah, pois, minha senhora, desculpe lá, pensava ainda agora estar em Londres, mas constato estar claramente equivocado... voltei a Portugal! E de que modo! Porque a shop in front, um super-mercado português, é um corredor entupido entre o balcão imenso de um talho (assim disposto de acordo com a regulamentação inglesa) e uma fila de prateleiras onde, alegremente, encontramos expostos todos os artigos vendidos em Portugal desde os anos sessenta aos anos oitenta, do sabão Fa ao detergente Xau, passando pelas canetas Bic Cristal, as Batatas Fritas Pála-pála e A minha Agenda de 1986! As pessoas passam à vez: uma fila para dentro da loja, outra para a caixa. No chão cestinhos de compras, criancinhas de compras, pézinhos de compras, desculpe, com licença, não a queria pisar, não a si mas à criança; o senhor da loja que entra para sair com cartões para o lixo, a estúpida que à minha frente não sabe qual a lata de ervilhas fora de prazo a comprar - bem, minha senhora, isso vai depender da cultura de bolor e da infecção a tratar, não é?? Aconselho vivamente a penicilina, ali, duas latas à direita! A custo chego ao fim da fila.
E agora, espero.
E espero.
É sábado. Metade do mundo veio às compras.
Cestos carregados, semblantes carregados. Estendemo-nos ao longo do balcão do talho e esperamos. Do lado de lá o talhante vai gritando, a intervalos regulares:
Nextaseguir!
Nextaseguir!
E eu pergunto-me porque se dá ele ao trabalho, porque não acredito haver nesta terra um inglês capaz de o perceber e comprar.
Nextaseguir!
Nextaseguir!
Aos poucos dirijo-me para a gloriosa caixa registadora onde, de óculos por entre o nariz e a cabeça calva, o senhor francisco, de camisola de malha cinzenta e barriga imensa, conta avidamente as notas que pelas mãos lhe vão passando.
Em exposição, por cima da caixa registadora e no caminho da saída, encontro a eterna Catarina Furtado, ocupando toda a extensão da Caras de 26 de Abril de mil novecentos e noventa e sete. Lado a lado, a Maria, a Revista Feminina "por excelência", record de vendas dentro e fora de portas, ou não tivesse esta senhora um exemplar discretamente escondido por baixo do braço, pago a pronto com o dinheiro para as compras - dois ovos a menos, diz ela -
Fazendo parelha com o sr. francisco, uma ajudanta debruça-se e empurra as compras para dentro de um saco enquanto bloqueia o acesso à porta por via dos imensos quadris que a acompanham.
Finalmente a minha vez! Não sem antes ultrapassar um rio de chupas-chupas, derrotados numa batalha desigual com a mãozinha que os tirou da caixinha, cujo lugar pertence ao cimo do balcão, e não ao chão. Um salto, e hop, cá estou! estendo o talão de quinze libras e sessenta e, quando vou para explicar ao que se trata, a senhora portuguesa, na loja portuguesa onde só encontro portugueses e um tipo que insiste em dizer nextaseguir, se dirige a mim e diz, num inglês macarrónico e marroquino, Insert the code, please, green press green...
Ora, francamente! Então já nem português sou?, penso eu, mais indignado que um galo! Então já não mereço reconhecimento? Não teremos nós a mesma origem? Já não sou compatriota? Camarada? Um conterrâneo? Contemporâneo? Pois, minha senhora, se calhar não! Se calhar a minha senhora tem toda a razão, porque se porventura pensa e acredita obter na minha pessoa uma resposta na língua de Camões, desengane-se! Da minha parte um Thank You e um Bye-bye, porque não posso concluir outra coisa que não seja estar eu diante de um povinho que insiste em não erguer a cabeça acima dos ombros, padecendo ainda e sempre desse mal da psicologia arrastado pelas ruas da amargura e dado pelo nome de auto-conceito.
Não acredito num povo que insiste em viver de costas voltadas para o mundo, olhos constantemente fixos e esperançosos no caminho para a Meca natal, sem nada viver de facto, sem nada construir ou ansiar para lá desse desejo de morrer sete palmos por debaixo da mesma terra que o viu nascer, mas não sem antes tudo fazer para, pelo menos uma vez nesta vida, correr a passerelle em toda a sua extensão, e de preferência em Lisboa, diante dos olhares ávidos dos vizinhos da frente.
Vou, por tanto, embora, minha senhora, e com um thank you e um bye-bye lhe digo adeus. Nada mais há a fazer senão telefonar à Ana: "Ana, sim? Olha, nem acreditas...sim, houve agora uma tipa portuguesa que se dirigiu a mim numa loja e começou a falar em inglês comigo! Já viste isto? Nem dá para acreditar! Sim, também te amo!!..."